as minhas músicas favoritas do primeiro trimestre de 2022

Marina Teixeira
4 min readApr 10, 2022

vai ter música que bombou no Tik Tok? provavelmente

eu gosto da ideia de me manter atualizada musicalmente com o que a juventude (do alto dos meus 31 anos) está ouvindo — faz parte de minha personalidade obcecada por informações e porque, mesmo não mais produzindo conteúdo de maneira constante sobre música, eu ainda gosto muito de escrever e falar sobre música.

este post vinha amadurecendo na cabeça tem algum tempo, e necessitava produzi-lo antes do feriado porque daqui a pouco é maio e a ideia do primeiro trimestre seria jogada no lixo e eu perderia o timing (até porque eu quero fazer algo similar nos próximos semestres…)

por isso, hora de falar das minhas músicas favoritas que comecei a ouvir nesse trimestre — influenciadíssima pelo Tik Tok haha

(pode ser que essas canções tenham sido lançadas ano passado? talvez, mas se bombou em 2022, é de 2022)

Demorou, mas habemus sucesso

Um excelente sample (“Genius of Love” do Tom Tom’s Club), uma música bem pensada para ser um pop hit, uma rapper com rumo pra crescer — este é o foco de “Big Energy”, o breakout single de Latto (mesmo que ela tenha lançado dois álbuns, ainda não tinha alcançado mais do que o nicho rap) que começou a ser falada na mesma turma de Saweetie, Doja Cat, mas apesar de talentosa e já benquista pelos pares, tinha um probleminha… O nome artístico.

Nascida Alyssa Michelle Stephens, ela escolheu o nome “Mulatto” para representar sua carreira de rapper (o que é.. enfim, CHOICES, né amiga), mas alguém foi inteligente o suficiente para dizer à moça “amiga, muda isso” e Latto ficou ótimo porque é curto e direto, como a própria artista (e o single em questão, que obviamente é bossy, fala de sexo daquele jeito que a gente gosta e o refrão grudentíssimo) que só precisava de UMA chance pra mostrar porque tantos heavy hitters tinham esperanças nela.

Sinceramente? Musicão, o terceiro lugar na Billboard merecidíssimo.

P.S: eu não acredito que isso é produção do Dr. Lúcifer

Tendência: mude de nome, faça sucesso

Muni Long já é uma figurinha carimbada do mundo da música — ela é uma bem-sucedida compositora (se eu falar o nome “Priscilla Renea”, alguns de vocês que acompanham bastidor de música terão um gotcha moment), mas decidiu mudar o nome artístico e SURPRESA o sucesso, lento, suave e deliciosamente merecido, veio com “Hrs and Hrs” (peak #16).

Ela já tinha lançado dois álbuns como Priscilla Renea (“Jukebox”, em 2009 e “Coloured”, de 2018), mas nos anos 2010 escreveu músicas que provavelmetne você ouviu no Spotify ou no seu mp3, como “California King Bed”, “Worth It” e “Timber”. Mas é com “Hrs and Hrs” e um novo nome, persona e abordagem musical, que Muni Long finalmente tem o reconhecimento que merece.

Então, a música é exatamente sobre uma maratona sexual e tá tudo bem — uma perspectiva falada a partir de uma mulher (a música é composta apenas por Long), e com a sofisticação de um bom Merlot — suave, doce e o começo de uma bela relação.

Aliás, essa é uma música que deveria ser o blueprint para o R&B atual — chega de gente cantando em itálico.

Se é pra ouvir country, eu só ouço assim

O country é um gênero que trabalha bem com storytelling, em especial as memórias da adolescência, quando tudo era mais fácil e sem preocupações com boletos e cartões de crédito. O diferencial de “Freedom Was A Highway” (peak #45) é que a música tem uma sensibilidade meio pop/rock com direito a um solo safado de guitarra e a voz aveludada e ligeiramente rouca de Jimmie Allen, que é uma das revelações atuais do country estadunidense (chegou até a concorrer ao Grammy este ano), e é um cantor negro de música country.

Eu cheguei a ouvir outras faixas dele, que são mais country-pop, e mantém essa voz gostosinha; porém, nenhuma delas tem o brilho de “Freedom Was A Highway”, que tem o apoio de um nome forte do gênero, Brad Paisley, e eu gosto MUITO principalmente dessa letra de lembrança do passado porque vá saber a razão, me senti extremamente identificada.

E Jimmie Allen é cheio de personalidade, peguem umas performances do cidadão, ele é super estiloso!

O Tik Tok me trouxe até aqui…

CKay (nascido Chukwuka Ekweani), é um cantor/compositor nigeriano que tem lançado três EPs, mas é no segundo deles, “CKay the First” (de 2019), que tem a música que fez o rapaz estourar mundialmente, dois anos depois de lançado.

“love nwantiti (ah ah ah)” é um passeio na praia. um sol de verão. a primeira paixão. e também é uma declaração de amor, fofinha, com essa vibe solar, e definitivamente preciso ouvir essa música na praia.

a canção é de 2019, como já falei, mas se tornou um hit por causa do Tik Tok — e depois você acham o app nocivo… Através dele, artistas que provavelmente a gente nem teria conhecimento não chegariam até nossas playlists, com músicas tão bacanas e gostosas como essa. uma dessas canções atemporais que vão me lembrar fácil de 2022.

aliás, com o reconhecimento da faixa (peak #26), estou surpreso que produtores e gravadoras não buscaram em seus catálogos artistas de Afrobeats para lançar até não poder mais, usando o Tik Tok como catapulta.

obviamente no próximo trimestre eu vou publicar aqui minhas favoritas de Abril-Maio-Junho — e se vocês quiserem conferir possíveis spoilers, eu tenho uma playlist no Spotify com várias canções recentes que provavelmente você já ouviu no Tik Tok e são a minha playlist de atualização sobre o que a juventude tá curtindo, “how do you do, fellow kids”

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Written by Marina Teixeira

writer, journalist and anxious overthinker

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