eu ouvi o “Versions of Me”, da Anitta, e…
exceto por um rearranjo na tracklist, é um winner
Você já ouviu o novo álbum da Anitta, “Versions Of Me”?
Então, o quinto álbum dela é provavelmente a real introdução da moça ao disputadíssimo mercado estadunidense com um corpo de trabalho que eu particularmente classifico como uma introdução interessante.
Anitta já não fazia música essencialmente nacional há algum tempo, sempre mesclando faixas de funk com reggaetón; então não é para acusar a moça de ter virado a cara para o Brasil e se “americanizado”. Na verdade, “Versions of Me” (que a julgar pelos singles diferentes entre si, é um excelente nome de álbum) é um bom trabalho para mostrar a diversidade do que Anitta como intérprete, artista, pode mostrar.
As produções aqui não são nem um pouco exageradas e com muita informação — é um álbum que posso até chamar de “elegante”, e acho que essa coesão na produção se dá pela constância nos produtores. Digo até mesmo que o unsung hero aqui deste álbum é Ryan Tedder, que por anos parecia só lavar, secar e reusar a mesma produção de sempre e aqui o homem se jogou no reggaetón com gosto. O cara produziu “Gata”, uma das melhores do álbum — e o nome dele tá envolvido em várias produções de “Versions of Me”.
Pensando no lançamento de “Boys Don’t Cry” eu pensei realmente que a gravadora estava lançando qualquer coisa pra ver o que rendia (tanto que acho que nem eles esperavam que o MVP do álbum fosse “Envolver”), e aliás, as duas faixas com produção do Burns são as que tem mais cara de leftovers e eu sinceramente mandaria embora da lista final (essa e justamente a faixa título, momentos) Ao mesmo tempo, achei bem esperta a forma como a parte que menos tinha a ver com o álbum foi conectada com a ótima “Love You”, que coloca Anitta em uma posição interessante de intérprete em uma faixa pop meio fora da zona de conforto dela (meio querendo ser alternativo, produção minimalista, drums bem marcados)
O álbum não é monotemático (fala de sexo, com Anitta em uma posição assertiva, amor, relacionamentos), mas acho que o mais interessante aqui é como a sonoridade, a produção, não tira a personalidade da cantora, que poderia ser perdida na tradução dela cantando em português/espanhol para inglês. Além disso, repito em como a produção não parece ser jogada e tem músicas com potencial bom para render no mercado estadunidense (“Gimme Your Number” é a melhor faixa desse álbum, que sample FODA de La Bamba).
A única coisa que realmente não gostei de “Versions of Me” é que a tracklist precisava de um pequeno rearranjo. Eu até entendo “Envolver” abrindo o CD, mas conceitualmente, colocava “Girl From Rio” começando o álbum, e “Faking Love” pouco depois, porque fiquei com a impressão de que a música ficou meio perdida ali com três featurings em sequência — deixava “Envolver” no meio, considerando que na minha tracklist original “Boys Don’t Cry” e “Versions of Me” nem existiriam.
O nome do álbum, ok. A faixa-título…
O que ela pode fazer depois deste álbum? Focando no mercado estadunidense e mais confortável com sua presença por lá, creio que Anitta pode fazer algo mais parecido com duas faixas do terço final do álbum, “Me Gusta” (que sempre será uma das melhores coisas lançadas pela moça) e “Que Rabão”. Misturar gêneros, estilos, tendo como base música brasileira, e com produção direcionada ao top 40 com o toque de gente que entende o mercado de lá.
E vocês, o que acharam do “Versions Of Me”?