Grammy 2024 — Pop Solo

Marina Teixeira
4 min readDec 10, 2023

atemporal é a regra

O Grammy 2024 é em fevereiro do ano que vem, mas as previsões e especulações sobre os prováveis vencedores já começaram! como aqui a gente sempre foca no pop field e no general field, inicio minhas considerações com a categoria de PERFORMANCE POP SOLO, que após 2012, quando a categoria deixou de ser separada por gêneros (a grande redução daquele ano que enxugou o prêmio, mas abriu algumas questões que até hoje não foram resolvidas — é só conversar com o pessoal do rock e do country), pop solo se tornou uma categoria com mais indicadas femininas. Há vencedores homens (Ed Sheeran, Pharrell, Harry Styles), mas se você observar bem a lista, tem muitas mulheres indicadas, reforçando a variedade das novas artistas femininas no pop e a consolidação das que tinham mais tempo de carreira.

neste ano, a gente tem meio que um grupo que se mescla entre artistas já consolidadas e outras que estão se colocando nesta posição:

Fonte: Wikipedia

neste grupo, eu acredito que as duas artistas com mais chances de levar o prêmio são Miley Cyrus e Olivia Rodrigo. Ambas são duas artistas que trouxeram atemporalidade às suas canções: “Flowers” e “vampire” são faixas que encapsularam bem o ano de 2023. Se daqui a quinze anos você imaginar “hmm, o que foi 2023 pra mim?” e for ligado em música pop gringa, é provável que essas duas músicas estejam na lista.

em “Flowers”, Miley Cyrus está mais madura como intérprete em uma faixa muito gostosa, pra cima, um desbunde, muito sincera, e uma música madura também — você consegue enxergar como uma faixa para vários públicos e não apenas os fãs de Miley ou ouvintes casuais de música pop. o tom de voz dela mais maduro, mais rouco, mais rasgado, é de quem tem histórias para contar, em especial por causa da letra, e todo o rolê que entrou na consciência coletiva à época sobre a música ser direcionada ao ex, Liam Hemsworth. é minha favorita pessoal e acho um dos melhores refrões do ano. estrutura de música pop com o P em caixa alta.

vampire” é outra excelente canção, um momento de evolução vocal de Olivia Rodrigo, que se prova uma cantora com recursos e de voz mais universal — ela pode estar conectada à geração Z, mas tem muita gente de outra idade que se identifica com o que ela lança. apesar da letra parecer meio distante do ouvinte casual com seu “isolamento hollywoodiano”, digamos assim, é como se a letra falasse para todos. tem muita gente que já viveu relacionamentos onde a outra pessoa tentar sugar, isolar, destruir mentalmente, e Olivia entrega esses sentimentos com muita sinceridade e raiva e um crescendo que tem cara de rock anthem pra gritar em estádio. tem cara de Grammy, tem jeito de Grammy.

quem pode surpreender — e serei muito criticada com essa opinião — é Doja Cat, com “Paint the Town Red”. é a melhor música de um álbum que eu considero muito ruim, talvez porque o sample bem colocado de “Walk on By” (Dionne Warwick) eleve a faixa a um excelente nível. foi hit, fez parte da consciência coletiva, foi trend no Tik Tok, e é a única faixa dessa era da Doja onde você consegue comprar essa nova persona, essa pegada “eu odeio todo mundo, odeio meus fãs, me deixe em paz”, porque o resto é tudo tão performático que você não acredita em nada

só acho azarão porque a polêmica em torno da própria Doja e algumas de suas atitudes questionáveis (para dizer o mínimo) pode minar as chances dela por aqui.

e você, o que acha? quais são as suas músicas favoritas nesta categoria? deixe seus palpites nos comentários!

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Written by Marina Teixeira

writer, journalist and anxious overthinker

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