minha trilha sonora de Halloween

Marina Teixeira
5 min readOct 31, 2021

tá, eu sei que o feriado é gringo, mas as músicas e as fantasias são tão legais…

eu confesso que gosto muito do Halloween pela parte mais lúdica da festa. sei que tem toda uma origem religiosa e histórica, mas eu acho bem divertidas as fantasias e toda a parte de filmes assustadores e músicas famosas da época.

falando em música, eu tenho uma playlist no Spotify chamada “Minhas favoritas e assustadoras”, com faixas que fazem parte da trilha sonora de um dos meus livros no Wattpad, “Pecado Oculto” — e provavelmente as favoritas da mocinha são as minhas hahaha por isso, selecionei algumas músicas que fazem parte da minha trilha sonora pessoal de Halloween.

  1. “Somebody’s Watching Me”, Rockwell

O maior sucesso de um dos filhos de Berry Gordy (sim, Rockwell é filho do dono da Motown, mas vamos dizer que nepotismo não o levou à gravadora, já que eles não estavam em bons termos quando a carreira do rapaz começou) é uma música… Estranha, se assim posso dizer. Mais falada que cantada, com o refrão carregado por seu amigo pessoal Michael Jackson (não creditado, mas o timbre é inconfundível), e os versos guiados por um sotaque britânico estranho, mas de acordo com a vibe meio assustadora da faixa, ainda conta com synths bem anos 80 e a gente pode classificar como um bom exemplo do post-disco, com uma vibe pop/R&B bem-vinda que The Weeknd já costuma fazer atualmente, mas com uma linha mais sensual que “terrir”.

“Somebody’s Watching Me” é de fato um estudo curioso e divertido sobre se sentir observado, algumas décadas antes de cookies, “faça login com o Facebook” e o Google sabendo todos os seus passos serem a norma. É uma letra esperta, música esperta, interpretação inspirada. Eu AMO essa música.

(apesar de considerar, de alguma forma, “Obscene Phone Caller”, o segundo single de Rockwell, ainda mais divertido. Sim, essa música é sobre uma pessoa ligando pra ele pra… Ficar respirando do outro lado da chamada. Bem… se pensarmos que ele tem uma música chamada “Peeping Tom”, vamos dizer que this guy has some issues)

2. “Welcome to the Black Parade”, My Chemical Romance

Emos tinham uma péssima reputação na década de 2000, mas sinceramente, devemos creditar a eles o último respiro de criatividade dentro do rock. Porque tipo… E depois? Quando rock voltou a ser um gênero consumido pelos mais jovens, porque o som era fresh, a estética era copiada por todo mundo e os artistas eram conhecidos? Não tô falando de revival de pop punk, tô falando de música nova, original, que vai sobreviver ao teste do tempo.

Enfim, o tema aqui não é esse e sim — Halloween. Além do vídeo de “Welcome to the Black Parade”, do My Chemical Romance (uma das bandas mais populares desse período), ter ótimas inspirações para fantasias, no geral o ar épico, grandiloquente, com direito a banda marcial, tantas viradas e key changes que até eu me perco é muito bem-vindo e torna a faixa atemporal. Além disso, a música tem uma mensagem importante relacionada a como nós lidamos com o luto. A morte ainda é um puta mistério e nós, vivos, não sabemos como lidar com o fim. No fim, o corpo pode se desintegrar, mas a memória está viva, e quando a memória nos segue junto, lidar com o luto torna-se mais suave, pleno.

E as pessoas realmente falavam mal desse tipo de música…

3. “(Don’t Fear) The Reaper”, Blue Öyster Club

Essa música provavelmente chegou a mim por causa do trabalho, e fico muito feliz por ter sido apresentada a ela — “(Don’t Fear) The Reaper”, da banda de hard rock Blue Öyster Club, é exatamente o que eu precisava para um, escrever um livro novo envolvendo vampiros; e dois, incluir na minha lista de músicas ideais para o Halloween. Não temer a morte (porque a morte pode ser considerada aqui o “fim” — de um relacionamento, de algo, sei lá, de qualquer coisa) e entender que tudo tem um fim, até mesmo o amor, é algo que faz bastante sentido.

Porém, envolvido em um arranjo (e harmonização vocal) bastante misterioso, obscuro e até sinistro, com a guitarra em notas mais baixas na maior parte da música construindo um crescendo meio assustador de filme de terror, em especial com essa letra bastante específica. No entanto, a faixa te intriga, envolve, e principalmente, é uma música do caralho. Se você não canta o “la la la la la” depois do refrão balançando a cabeça, você não tem coração.

4. “Psycho Killer”, Talking Heads

Esta música fala sobre os sentimentos de um serial killer. Sim, isso mesmo. Claro que tudo envelopado por uma linha de baixo absolutamente destruidora bem funkeada e PUTA QUE PARIU eu amo essa música, socorro.

O segundo single do primeiro álbum do grupo Talking Heads, “Psycho Killer” acabou muito associado a um serial killer real, o “Filho de Sam”, porque foi lançado na mesma época (final de 1977) em que se falava muito desse assassino, mas digamos que a ideia de investigar os sentimentos e sensações de um criminoso não é exatamente um tema muito novo dentro da cultura popular; só que não dessa forma. Com essa letra, com esse clima de literalmente “run run run run away”, de imprevisibilidade, de temer quem o o que está nas suas costas, o medo. Apenas isso. É terror puro, mas feito pra dançar também. Creepy, isn’t it? But make it cool.

(Curiosamente, usei essa faixa em um capítulo de “Pecado Oculto” onde a protagonista foi parar em uma boate em busca de uma transa de uma noite e achei que valia a pena usar como uma espécie de prelúdio. O resultado ficou bom porque ela teve uma surpresa que não posso contar porque spoilers)

5. “Disturbia”, Rihanna

“Disturbia”, de Rihanna (cadê você, mulher, lança logo alguma coisa!), é bem on the nose como canção: todo o clima misterioso, assustador, o clipe seguindo a mesma linha — mas a ideia é simples: sentimentos de angústia, tensão, ansiedade, que nos engolem às vezes… Só que em um dance-pop feito para as pistas e a cara do que bombava em 2007–08 na música pop.

A faixa, indicada a Melhor Gravação Dance no Grammy 2009 (quando cantores pop podiam ser indicados), não é um dos melhores momentos vocais de RiRi, mas compensa a certa imaturidade com interpretação. Você sente a tensão, a incompreensão do que acontece com ela por alguma coisa que a gente não imagina porque ela não contou — mas de certa forma, a gente vive isso: angústia com as contas para pagar, tensão com o futuro, medo de fazer merda no serviço… Halloween não é só fantasia assustadora, o preço da carne tá assustando também.

(uma ótima versão dessa música foi apresentada pela própria Rihanna em seu AOL Sessions — você se lembra disso? — em uma vibe mais pop/rock, o que prova a versatilidade da mulher, e na época a voz dela estava bem mais madura e evoluída que na época do lançamento de “Disturbia”. Que puta artista a gente viu crescer, mudar pra melhor, sendo versátil, brincando com outros estilos sem parecer falta de personalidade. Outras não se comparam.)

Essas são algumas das músicas que não podem faltar na minha trilha sonora de Halloween. Vocês podem conferir as outras aqui, na playlist “Minhas Favoritas e Assustadoras”, que podem ser as favoritas da minha personagem, mas eu curto todas igualmente também!

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Written by Marina Teixeira

writer, journalist and anxious overthinker

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