por que ler autores do nordeste
um textinho para o dia do nordestino
Nove estados, nove sotaques, nove vivências diferentes — que se uniram como uma só região muito recentemente — porém, unidos por referências históricas, manifestações culturais em comum e o mesmo sentimento de resistência diante de um resto de Brasil que não nos entende e várias vezes nos agride.
A região nordeste tem nuances que só quem mora aqui conhece — e até mesmo um nordestino não imagina a riqueza que há dentro dos limites de cada estado — até mesmo o dele.
Não somos um monólito (como novelas na televisão podem tentar convencer). Para entender nossa riqueza — de sotaques, de experiências, de cores, de costumes — é importante ir atrás da gente. Ouvir a gente, ver, LER nordestinos.
Ler autores, autoras, autories do nordeste é fundamental para entender quem somos, de onde viemos, o que desejamos.
Não tô advogando em causa própria (ou não, talvez, não sei) mas para entender melhor a multiplicidade do nordeste, e deixar de lado as visões estereotipadas que vêm lá de baixo — é fundamental procurar autores nordestinos. Não apenas os do litoral — as histórias do sertão, do agreste; quando se fala aqui da Bahia (a autora do texto que vos escreve é soteropolitana), da Chapada, do Oeste, do Extremo Sul… Todas essas vozes devem ser ouvidas para que a gente conheça mais não apenas o outro, mas também a nós mesmos.
O Brasil começa aqui. Para conhecer e entender o país em que vivemos, o primeiro passo e entendendo o nordeste. E a literatura é fundamental nessa missão.