uma música por dia

#01 — “Obscene Phone Caller”, Rockwell (1984)

Hoje é o primeiro dia do Uma Música por Dia, uma sessão que teoricamente teria de fazer uma vez por dia (mas tenho certeza que vai ficar uma vez por SEMANA, broken promises), com músicas que eu gosto e que estão no meu aleatório da playlist do Spotify — sejam adições antigas ou muito recentes, a exemplo de “Obscene Phone Caller”, o follow-up de Rockwell de seu single bem-sucedido e clássico do terror pop “Somebody’s Watching Me”.

Para quem não conhece Rockwell, ele é um cantor de pop/R&B que ficou popular por um curto período de tempo em meados dos anos 80 com “Somebody’s Watching Me”, uma faixa sobre paranoia e vigilância com refrão cantado por seu BFF da infância Michael Jackson.

(em tempo, Rockwell é filho de BERRY GORDY, fundador da Motown, que nunca acreditou em sua carreira. ou seja, o nepotismo aí é um tanto… complexo.)

Após o sucesso do lead single de seu álbum de mesmo nome (#2 na Billboard Hot 100), ele lançou outra faixa mais sintética chamada “Obscene Phone Caller”, ainda mantendo a vibe “homem que precisa de terapia urgente”, agora falando sobre uma pessoa (Mister or Miss, como diz a letra da música) que liga constantemente para Rockwell e fica respirando durante a ligação. CREEPY

Com direito a violinos no refrão, a persona “british mad scientist” que Rockwell adotou no começo de sua carreira (ele fingia ser britânico para que ninguém soubesse de quem era filho), e momentos muito eu nem sei o que dizer, como esse verso

“If Alexander Bell were alive today
Would he want the telephone to be used this way”

O que posso dizer a não ser “toque de gênio”?

A faixa não fez tanto sucesso quanto o lead, chegando apenas à 35ª posição na Billboard, tornando por fim Rockwell um ONE-HIT WONDER clássico. Mas eu gosto muito dessa vibe paranoica da música, e dessa sonoridade do próprio Rockwell (que tinha uma música chamada PEEPING TOM — man, you have issues) e sinto falta de alguém no pop que trabalhe nessa linha desde que Lady Gaga decidiu expandir suas decisões de carreira.

Semana que vem, eu trago mais um exemplar de “Uma Música por Dia”. Fiquem à vontade para comentar o que acharam de “Obscene Phone Caller” e se o negócio de Rockwell era daddy issues ou é tudo construção de imagem mesmo.

Você pode conhecer o (ótimo) vídeo aqui: