vamos falar sobre o Grammy 2023

Marina Teixeira
4 min readNov 27, 2022

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é open season, senhoras e senhores

em primeiro lugar, direi com uma voz bem aveludada “muito obrigada Silk Sonic” por ter abdicado de concorrer no Grammy 2023. incentivou jurados, comitês, uma galera para trabalhar ouvindo álbuns e avaliando indicados, sem recorrer à zona de conforto que com certeza eles fariam premiando “An Evening With Silk Sonic” porque ninguém mais quer votar na Academia.

por isso, com a saída muito estratégica até — considerando que Bruno Mars pode vir a lançar material solo ano que vem — este ano o Grammy é OPEN SEASON, com possibilidade de prêmios bem pulverizados (como foi em 2021). Estou bem curiosa com o que vem a seguir, em especial no general field.

mas antes, hora de falar da parte que me cabe neste latifúndio:

O POP FIELD

acho que não teremos Adele domination este ano

o OPEN SEASON começa no pop field, onde mesmo com Adele indicada pelo “30” e “Easy On Me”, o fato de ela não ter sido dominante no período de elegibilidade — até mesmo com críticas negativas ao novo material (sinceramente, eu acho o “30” bem imemorável) — faz com que ela não seja exatamente imbatível. acho até que ela pode sair de mãos vazias.

tem gente que se destacou bastante entre os indicados, como Harry Styles, Lizzo, Bad Bunny, até Doja Cat conseguiu entrar. overall, pop solo e álbum estão bem interessantes.

já pop duo, enfim, que tistreza. foi-se o tempo em que todos os indicados poderiam levar e ninguém reclamaria, essa categoria hoje é uma sombra do que foi um dia. a única coisa que eu acho que deveria ocorrer, neste momento, é o Grammy premiar os meninos do BTS, mesmo com featuring na faixa do Coldplay — e do jeito que a premiação é canalha, devem fazer isso aproveitando o hiatus do grupo.

já nas categorias principais, a coisa é outra…

GENERAL FIELD

continua sendo OPEN SEASON, mas as movimentações aqui podem diluir para uma rivalidade em álbum do ano com Renaissance x Un Verano Sin Ti.

mas por que, marina?

tem uma quantidade grande de álbuns considerados pop na lista (ABBA, Lizzo, Styles, Adele, Coldplay), que podem se anular nas votações finais; considerando que talvez Brandi Carlile não consiga puxar mais votos que os do seu comitê (e o pessoal do rock); e Mary J. Blige/Kendrick Lamar, mesmo em gêneros diferentes, tangenciam porque MJB tem retorno na comunidade hip hop; a impressão que fica é que sobra Beyoncé e Bad Bunny.

Beyoncé fez um movimento ELITE colocando o álbum no field dance, e considerando que ela pode puxar votos do R&B, pop e até mesmo do rap, ela é uma front-runner. já Bad Bunny tem em mãos a aclamação, vendas altíssimas do álbum e talvez a compensação da Academia por ignorar artistas latinos por anos — eu ainda tenho raiva do Grammy por não ter dado a “Despacito” seu merecido prêmio de Gravação do Ano.

A favorita

ainda dentro do General Field, mais precisamente em Artista Revelação, o Brasil está presente com Anitta, e mesmo com algumas pessoas questionando “oxe, mas Anitta tem 500 álbuns aqui, como ela pode ser revelação?”, a diferença é o estabelecimento de quem pode ser indicado a este prêmio, algo que o Grammy vem mudando tem alguns anos.

atualmente, para ser elegível a Revelação, você deve ter no mínimo cinco músicas ou singles lançados; ter lançado algo no período de elegibilidade; e aparecido para a indústria (dos EUA, obviamente) neste período. Anitta atende a todos os requisitos.

quanto a possibilidades de vitória, acho difícil. tem Latto, que é uma rapper em ascensão, teve um top 10 na Billboard e tem outra indicação este ano, e pra mim é favorita; mas não ficaria surpresa se Muni Long levassse. apesar do estouro de “Hrs and Hrs” ter sido agora, no período de elegibilidade, ela tem um longo histórico como compositora (com o nome de batismo Priscilla Renea), o que a torna querida dentro da indústria e com clout. ou seja, é seguro premiar “um dos seus”.

este é um resumo das minhas primeiras impressões sobre o Grammy 2023 e as indicações, que vão mudar à medida que eu for analisando com calma as faixas e álbuns indicados (ou não, sempre mudo de opinião hahaha). dia 17/12 eu volto aqui para publicar mais um post, desta vez focando nas minhas previsões para as categorias de pop duo e pop solo.

lembrando sempre que É OPEN SEASON pessoal, e qualquer um pode levar!

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Marina Teixeira
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Written by Marina Teixeira

writer, journalist and anxious overthinker

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