as minhas músicas favoritas do segundo trimestre de 2022

Marina Teixeira
5 min readJul 8, 2022

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agradecendo ao Tik Tok e ao top 50 da Billboard

dando continuidade às postagens onde me atualizo sobre o que a JUVENTUDE consome atualmente, este post é sobre as minhas músicas favoritas do segundo trimestre de 2022.

o primeiro post com este tema foi em abril, e resumidamente as faixas foram de músicas que ouvi MUITO no Tik Tok e outras que eu decidi pegar no top 50 da Billboard pra saber o que o pessoal andava consumindo. desta vez, o Tik Tok influenciou bem menos, mas mesmo assim, ele faz parte do que eu descubro em relação à música — e boa parte das faixas aqui são trends no Tik Tok, mesmo sendo de artistas que não foram descobertos pelo Tik Tok

então, bora lá!

Já ouvi na loja de departamentos, então saiu da bolha

eu tenho essa teoria de que uma música que estava na bolha de fórum ou viral de redes sociais, quando ela toca aleatoriamente em locais onde teoricamente não estaria, como loja de departamentos, por exemplo, é porque o público comum já conhece — ou o responsável pela seleção das músicas na loja é muito fã de música e acompanha as trends do Tik Tok.

no caso de “Numb Little Bug” (peak: 19), talvez seja o segundo caso, mas a música é tão ubíqua que pode furar a bolha com bastante habilidade. a faixa da cantora e compositora Em Beihold ganhou tração você sabe onde? lá mesmo, no Tik Tok, e tem um estilo bem específico de pop que bombava nos anos 2000 com Sara Bareilles, Daniel Powter e similares: pop com base no piano e uma vibe uptempo, com carinha de música que embala cenas finais de rom-com estrelado por Anne Hathaway. “Numb Little Bug” parece exatamente uma faixa daquela época, mas com o espírito de 2022.

a música é muito boa e o refrão é direto, além da letra ser muito relatável. não apenas para quem tem transtorno de ansiedade e às vezes a vida parece boa, de boas mesmo, e você sente que tem algo faltando, que você precisa estabelecer compensações (na comida, em roupa, em coisas que definitivamente você não precisa), ou aquele sentimento estranho de tédio — de “eu cheguei à idade adulta e é só isso?” que só quem passou pela segunda metade dos 20 anos sabe.

(aliás, esta é uma faixa clássica para ser indicada a Grammy de Pop Performance e Canção do Ano, a letra é muito bem sacada)

Lizzo is back obrigada senhor

prontos para a indicação ao Grammy amigos? (isto aqui é muito Pop Performance, Gravação e Canção do Ano GRITANDO)

eu gosto MUUUUITO da Lizzo, porque ela foge completamente ao que uma estrela pop supostamente é, ou uma estrela de R&B, ou uma rapper, porque ela faz tudo isso junto, misturado, e você não sabe exatamente como indicar quem ela é.

(ela e Doja conversam bem nesse aspecto de não serem fechadas em uma caixinha)

Lizzo também tem essa leitura otimista e gostosíssima, de autoestima lá na casa do caralho que é tão necessária nesses tempos bicudos que estamos vivendo, e “About Damn Time” (peak: #3) é exatamente esse “bora sair do casulo e viver caralho”. tem funk, tem pop, tem linha de baixo groovada anos 80 que é meu principal traço de personalidade, e é hit. é o hino pós-pandemia (mesmo vivendo numa pandemia ainda, só que atenuada) por excelência, mesmo que outros entendam que outras músicas recém-lançadas carreguem esse título (enfim, eu prefiro “About Damn Tine” até porque é justamente o tipo de arranjo, sonoridade e escolhas de produção que eu curto)

a propósito, essa música virou trend no Tik Tok? yup, e usada para temas sérios… ou seja, Lizzo, apesar de ser uma artista que sim, tinha uma carreira antes de viralizar com “Truth Hurts” e só fez sedimentá-la, consegue conversar muito bem com a geração que hoje pauta o que é sucesso no top 40 dos EUA. e ela merece muito.

Não acredito que vou dizer isso…

mas tem uma música do Ed Sheeran que eu gostei de ouvir neste ano — só que ele é o featuring…

“Bam Bam” (peak: #21) provavelmente é a melhor tentativa de Camila Cabello de retomar o sucesso sazonal de sua carreira como act pop solo. A fórmula — que apareceu com “Havana” e “Señorita” é simples: pop com pegada latina. segue essa linha e é sucesso amiga.

o anasalado do vocal da moça é bem perceptível aqui, algo que eu particularmente não tinha notado em singles anteriores — talvez produções lá atrás tenham atenuado essa característica — e essa percepção por vezes me distrai da música em si; mas o arranjo é tão bem trabalhado, além da letra eficiente sobre romances que chegam ao fim e é hora de seguir em frente (e o pós-refrão onomatopéia que enfim, quando bem feito é eficiente pra caralho), que esse detalhe acaba por fim em segundo plano — e nem mesmo a presença de Ed Sheeran me irrita hahaha

confesso que gosto mais dessa música do que eu deveria e me vejo cantarolando bam-bam-bam-bam enquanto escrevo este texto

Doja conseguiu de novo

Doja Cat é uma artista com A maiúsculo — não apenas como cantora, que é muito competente, mas é uma puta rapper, e se os álbuns que a cidadã lançou não te convencem disso, talvez “Vegas” (peak: #34) da trilha sonora da biopic do Elvis pode te ajudar.

a música, que interpola a versão original de “Hound Dog”, de Big Mama Thornton, coloca um clássico em 2022 com inteligência, humor e personalidade. ela tá falando sobre um namorado nada confiável e que a deixa para baixo, mas o uso da versão original de “Hound Dog” falando “você é uma fraude”… para bom entendedor, vocês devem ter sacado.

aliás, MUSICÃO, uma das melhores coisas lançadas este ano, e considerando que Doja pode se aposentar cedo (ela mesma disse), talvez o objetivo dela seja esse mesmo — lançar petardos e deixar a gente na saudade. melhor aproveitar o máximo que podemos.

o próximo post será referente aos lançamentos de julho-agosto-setembro, e provavelmente vai entrar MUITA coisa de Grammy… ou não. por enquanto, acompanhe minhas atualizações de músicas que a juventude anda ouvindo na playlist “how do you do, fellow kids”

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Written by Marina Teixeira

writer, journalist and anxious overthinker

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